José Carlos Hiakuna, professor de Geografia do Ensino Médio
Michael Luis dos Santos, professor de História dos Ensinos Fundamental II e Médio
Sem dúvida, as eleições presidenciais de uma das nações mais ricas e poderosas do mundo têm causado muitas indagações, sobretudo na forma como ela se processa, ou seja, através de um colégio eleitoral. Ainda mais quando este país, que chama para si a fama de ser um dos pilares da democracia do mundo, elege seu maior governante através do voto indireto.
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Sim, o presidente dos Estados Unidos da América é eleito por um colégio eleitoral de 538 delegados. E a partir daí atingindo o número de votos da maioria simples, ou seja, de 270 delegados.
Esse sistema pode apresentar certa complexidade. Mas, ao mesmo tempo, desperta também muita curiosidade. É um processo que pode ser analisado a partir da constituição histórica de seu território.
A origem dos EUA se dá a partir das 13 colônias iniciais que se formaram e se tornaram independentes, e desde então a autonomia destes territórios, que se tornaram estados, tem sido fundamentalmente valorizada. Desde o início, a autonomia e o papel de cada estado têm sido relevantes na condução dos destinos do país. Cada estado da federação pode adotar leis distintas de outros quanto a questões bem diversas (aborto, maioridade penal, pena de morte etc.). Para as eleições presidenciais, esse papel autônomo também fica bem destacado.
Este sistema eleitoral foi pensado por uma elite que propôs o federalismo como forma de preservar a autonomia das unidades administrativas sem abrir mão dos seus interesses (sobretudo dos estados escravistas). O voto indireto visava impedir o acesso de uma quantidade considerável da população pobre de ir às urnas (especialmente ex-escravos) – o grande temor era que acontecesse uma revolução como fora no Haiti em 1804.
Quando um eleitor americano vai às urnas, ele escolhe um dos candidatos à presidente, mas na verdade acaba elegendo um grupo de delegados daquele partido que representará o seu estado no colégio eleitoral. O número de delegados de cada estado é proporcional ao tamanho de sua população. Por exemplo, a Califórnia, por ser um estado populoso, possui 55 delegados; enquanto o Wyoming, apenas 3. Ao final da apuração, todos os delegados do grupo que conquistou mais votos em cada estado são eleitos para o colégio eleitoral, com exceção de Maine e Nebraska, onde os delegados são eleitos de acordo com a proporção de votos que cada candidato recebe.
Sem perder protagonismo, cada estado contribui para traçar os caminhos dos Estado Unidos da América.
Referências:
Eleições nos EUA: por que país usa colégio eleitoral em vez de voto direto para escolher presidente
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54825171
Eleições nos EUA: quantos votos tem cada estado no Colégio Eleitoral?
https://www.facebook.com/407318063124871/posts/944440769412595/?d=n