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Projeto Indígenas no Brasil promove troca de experiências e integra disciplinas

7 de agosto de 2020

Por pouco mais de um mês, os alunos dos 7ºs anos do Centro Educacional Pioneiro estudaram a questão indígena no Brasil. Em um projeto interdisciplinar que uniu os professores de Geografia, Artes, Música e História, os alunos tiveram aulas e conversas sobre diversos aspectos da história e cultura das tribos e etnias que habitam o País. A proposta final foi eles montarem um site para organizar e comunicar os conteúdos apreendidos.

Interdisciplinaridade: mais contexto e significado ao aprendizado

A ideia de estudar esse tema surgiu em reuniões já interdisciplinares da equipe de Humanidades. Há uma lei que faz obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena mas, mais importante que isso, os professores sentiram a necessidade de exercitar a empatia pelos povos nativos brasileiros, tanto por parte dos alunos como por parte deles mesmos. Era preciso ampliar o repertório cultural para refletir e desnaturalizar os preconceitos que recaem sobre essas populações.

Além disso, é muito importante identificar, conhecer, analisar e pesquisar as causas e efeitos desses povos representarem hoje menos de 0,5% da população brasileira.

Professores envolvidos no projeto Indígenas no Brasil

Primeiro encontro
No final de junho, eles participaram do Aulão “A questão indígena no Brasil”. As professoras Iara Rosa (Geografia), Elisa Varro (música), Rozangela Rodrigues (Artes) e o professor Renato Luginick Ranieri (História) se uniram à professora Marília Duarte (Ciências) e ao coordenador de Humanidades, Mário Fioranelli Neto, para falar sobre a situação da população indígena no território brasileiro. Quando da chegada dos portugueses em 1500, eles eram em cerca de 3 milhões de habitantes; hoje, são oficialmente em pouco mais de 800 mil, o que representa menos de 0,3% do total da população brasileira*.

Diferentes olhares
Para marcar o encerramento do projeto, alunos e alunas, famílias, colaboradores e convidados participaram da live “Indígenas no Brasil: diferentes narrativas”, que oportunizou conversa muito rica com Francisley da Silva Dias, educador e responsável pelo canal “10 Competências“; Yacuma Txicão Iuaurá, da etnia Ikpeng; Kuanadiki Ahuwera Karajá, da etnia Karaja; e Yumi Gosso, psicóloga com doutorado em estudo da etnia Parakanã.

Francisley, que já foi professor de Língua Portuguesa do Pioneiro, falou sobre a importância do resgate da ancestralidade, do autoconhecimento e do reconhecer-se como integrante de um grupo e de uma história.

Yacuma reforçou essa ideia, contando a origem de seu nome e fazendo um breve relato de como sua etnia, os Ikpeng, foram quase extintos por guerras entre tribos e por isso se misturaram a outros povos indígenas. “Tenho muito orgulho de saber de onde venho”, afirmou.

Kuanadiki, por sua vez, dividiu com os espectadores da live a dificuldade que teve em sair da aldeia, por ser mulher; como isso se refletiu em adversidades para seu estudo no Ensino Superior, especialmente por não saber a língua portuguesa; e como se apaixonou por pedagogia depois, curso no qual pretende se formar em breve.

Já Yumi, mãe de alunos do Pioneiro, fez mestrado e doutorado com os índios Parakanã, que habitam o sul do estado do Pará. Para suas observações, passou ao todo 9 meses convivendo com uma das tribos e dividiu conosco algumas experiências por que passou durante esse tempo, que ajudam a refletir sobre os valores e a cultura dessa etnia.

Por exemplo, salientou o espírito de coletividade dos Parakanãs, para os quais o “nós” importa muito mais do que o “eu”. Mesmo em brincadeiras infantis, é possível observar a falta de competitividade que existe entre eles e o cuidado que têm um com o outro desde muito pequenos.

Os convidados falaram ainda sobre tradições, rituais de passagem, casamentos, celebrações e brincadeiras dos Parakanãs, Ikpengs e Karajas.

* http://funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao

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