Os louros da vitória
Quatro alunos do Pioneiro foram vencedores do Concurso de Astronomia para Estudantes de 2015, iniciativa da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA). São eles Camila Kunitake e Yasmin Paulino (2º ano do EM, autoras da redação vencedora) e Leonardo Nishioka e Rodrigo Rizzo (3º ano do EM, que conquistaram o segundo lugar).
Nossas saudações e parabéns a estes jovens! Nada melhor do que encerrar o ano com essas duas belas conquistas.
Pelo primeiro lugar fomos premiados com uma imagem digital de alta resolução (50×50 cm) do objeto astronômico (galáxia NGC 1187) da redação vencedora, que será feita por astrônomos profissionais com o uso do Telescópio SOAR (Southern Astrophysical Research Telescope). Também receberemos a visita de um astrônomo do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), que irá proferir em nossa escola uma palestra sobre o LNA, sobre o Telescópio SOAR e sobre a galáxia NGC 1187. Além disso, as alunas vencedoras visitarão as instalações do Telescópio SOAR, localizado nas montanhas do deserto do Atacama (Chile) entre fevereiro e abril de 2016.
Os meios legitimam os fins
Não podemos deixar de assinalar que essas conquistas foram fruto do esforço conjunto de uma equipe de professores que, por quase um mês, orientou, organizou e deu conta das demandas dos alunos do Ensino Médio em todas as etapas do trabalho. Não entramos no concurso trocando os fins pelos meios, ou seja, visando o prêmio em si. Entramos com o espírito aberto, primando por uma competição saudável, com o propósito de que os nossos alunos incorporassem os ganhos positivos que essas competições acadêmicas propiciam.
Aproveitamos o concurso também para fortalecer o trabalho interdisciplinar. Provocamos os alunos para que lançassem mão de suas habilidades cognitivas, mobilizassem e articulassem, com eficácia, os seus conhecimentos e se posicionassem e avaliassem intuitivamente as chances nessas competições, sem perderem de vista as prioridades. Enfim, para que se preparassem à altura sem se deixarem ofuscar por uma confiança enganosa, e que se baseassem, única e exclusivamente, no esforço, na dedicação e na qualidade do trabalho produzido.
Procuramos concluir cada etapa com cuidado e esmero, encontrando as melhores saídas para as restrições impostas pelas regras do concurso, partindo para uma pesquisa com amplitude e profundidade e estruturando todos os elementos constituintes de uma boa dissertação. Foi essa a receita que seguimos para que os alunos chegassem com redações que dessem conta não só das fundamentações sugeridas pela comissão organizadora, mas que fossem além, acrescentando a elas novos detalhes e qualificações.
Com a palavra, os vencedores
Camila e Yasmin: “Estávamos muito confiantes, mas não esperávamos o primeiro lugar. A Yasmin ligou pra mim e disse: ‘ganhamos o concurso’. Eu perguntei: ‘Ficamos em segundo lugar?.’E ela: ‘não, ganhamos… em primeiro lugar’. Nem pude acreditar. Ficamos muito felizes.Uma noite nos reunimos fora da escola para discutir a redação. Fizemos contato com um professor e pesquisador da Universidade Federal de São Carlos que tinha estudado a nossa galáxia (NGC 1187) e ele nos deu várias dicas.O trabalho nos despertou para coisas que nem sabíamos que existiam e muito menos o que nelas aconteciam…Por exemplo, as supernovas…”
Leonardo e Rodrigo: ” A gente teve dificuldades na escolha do objeto astronômico. Pesquisamos bastante e achamos mais interessante a galáxia NGC 1532. Olhamos as redações dos anos anteriores e pesquisamos novas informações. Achamos que a nossa redação estava bem feita e esperávamos uma boa colocação, mas não segundo lugar. O trabalho foi legal. Algo novo, diferente, que sempre acrescenta alguma coisa.”
Uma vitória sem monopólio
Nunca é demais repetir que ninguém consegue nada sozinho. Especialmente em educação, esse é um fato inelutável. Sabemos que sem o esforço e a colaboração da equipe de professores e sem a contribuição inestimável de todos os educadores dos segmentos anteriores na preparação e formação de nossos alunos, nada disso seria possível no Ensino Médio.
Toda vitória carrega méritos que se forjam na superação de sucessivos desafios. Como educadores, sempre ficamos em dúvida sobre o resultado de nossas ações, que não são palpáveis e nem quantificáveis.
Será que conseguimos, com o concurso de astronomia, passar essas lições aos alunos? Um bom termômetro foi o resultado final, que nos mostrou que fomos vitoriosos. Portanto, podemos dizer que o clima foi favorável, o tempo alentador e fomos colhidos por bons ventos, sem trocadilhos.
Saiba mais sobre os vencedores no Laboratório Nacional de Astrofísica.
Oscar Kudo – Professor de Física