No Pioneiro, os alunos são incentivados a empreender a partir do 4º ano com projetos de startups
Foi finalizado esta semana o processo seletivo para a diretoria das startups do projeto de empreendedorismo dos 5ºs anos do Centro Educacional Pioneiro. As startups deste ano terão que produzir e comercializar brinquedos artesanais de baixo custo, que eles desenvolveram no ano passado.
São ao todo 2 vagas de presidente, 2 de vice-presidente, 6 de diretores e 12 de gerentes, divididos entre as turmas da manhã e da tarde. Os resultados serão divulgados até o final da semana que vem.
Este é o terceiro ano do projeto, que propõe uma vivência para os alunos de como idealizar, estruturar, colocar em prática e gerenciar um negócio. Em 2018, a turma que estava nos 5º anos, com o lucro das vendas de produtos de composteira, investiram na publicação “Aprender a Empreender” que explica, passo a passo, a jornada que eles traçaram na implementação do projeto de empreendedorismo. Para eles o próximo passo agora é comercializar o chorume fora dos muros da escola, projeto no qual estão trabalhando junto aos professores responsáveis.
Mas por que é importante ensinar as crianças a empreenderem?
A coordenadora de Ciências Marcia Sacay diz que o projeto valoriza a produção dos alunos, que aprendem que podem produzir algo e até comercializar o produto. “Quando eles conseguem vender o que produziram é o ápice, é ali que acontece o empoderamento desse jovem”, comenta.
Além disso, o processo todo (que dura dois anos até a venda do produto final) ajuda na autonomia das crianças, que entendem o que precisam fazer para tirar a ideia do papel e conseguem, em equipe, chegar a um objetivo concreto. Ao longo dos anos elas também adquirem maturidade na gestão de um negócio e trabalham a paciência. “A venda, que é um dos objetivos finais, não acontece de uma hora para a outra”, comenta Marcia. “Eles aprendem a esperar e a dar importância a parâmetros de qualidade e estética que introduzimos durante as etapas.”
Em entrevista à rádio CBN, Joe Weider, coordenador do MBA de Empreendedorismo e Inovação do Instituto de Pós-Graduação (Ipog), defendeu a ideia de que é necessário estimular o empreendedorismo nas crianças. Segundo Weider, a criança é naturalmente criativa, e por isso mesmo são capazes de pensar em produtos diferenciados. Ele cita um estudo de Harvard que aponta que crianças estimuladas em empreendedorismo têm tendência a irem melhor na escola e depois na vida profissional.
O que é empreendedorismo
Segundo o site The Economist, há duas interpretações possíveis. Uma é a de que o empreendedor é aquele que tem empresa própria, de pequeno porte, que não é empregado de ninguém. A outra é a visão do “pai do empreendedorismo” Joseph Schumpeter, que associou o empreendedorismo à inovação: pensar em novas combinações, como um novo produto, método de produção ou comercialização e até a abertura de novos mercados.
O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) lista algumas características comuns aos empreendedores:
Otimismo: não confunda otimista com sonhador. O otimista sempre espera o melhor e acredita que tudo vai dar certo no final, mas faz de tudo para chegar aos seus objetivos. Isso inclui, claro, mudanças em seu negócio.
Autoconfiança: acreditar em si mesmo é fundamental para valorizar seus próprios talentos e defender suas opiniões. Assim, esse tipo de empreendedor costuma arriscar mais.
Coragem: sem temer fracasso e rejeição, um empreendedor faz o que for necessário para ser bem sucedido. Essa característica não impede que sejam cautelosos e precavidos contra o risco, mas os faz entender a possibilidade de falhar.
Persistência e resiliência: motivado, convicto e entusiasmado, um bom empreendedor pode resistir a todos os obstáculos até que as coisas finalmente entrem nos eixos. Ele não desiste facilmente, supera desafios e segue até o fim, sempre perseverante.