V Encontro de Boas Práticas

4 de setembro de 2024

Por Débora Martins, coordenadora da Educação Infantil e 1ºs anos;
e Fernanda Bocchi Balthazar, coordenadora de Tecnologia Educacional

O Encontro de Boas Práticas Pedagógicas promove um espaço de trocas pedagógicas entre professores e professoras. Além de olhar para fora da nossa escola para saber como se dá a educação em outros lugares, é importante olhar para dentro, olhar para as potencialidades das experiências de nossos colegas e reafirmar a identidade da profissão que escolhemos.

O Centro Educacional Pioneiro tem como princípios o diálogo e a escuta de seus educadores, a fim de garantirmos a qualidade do trabalho pedagógico, mantendo sempre crianças e jovens como nosso foco. O Encontro acontece no mês de agosto desde 2020 e conta sempre com inscrições de práticas pedagógicas da Educação Infantil ao Ensino Médio, contemplando todos os campos de experiências e áreas do conhecimento.

Convidados
Nos anos de 2021, 2023 e 2024, tivemos a participação de professores e professoras de escolas públicas municipais que compartilharam conosco práticas sobre educação inclusiva, alfabetização e acompanhamento da formação de professores. Considerando que 82,9% das escolas brasileiras são do ensino público, ter docentes das escolas públicas compartilhando práticas pedagógicas potentes conosco foi de grande aprendizagem.

Colaboração
Este ano, o Encontro de Boas Práticas também promoveu o diálogo entre professoras da Educação Infantil e professores(as) do Ensino Fundamental I, que se propuseram a desenvolver propostas em parceria.

ABERTURA
No cenário educacional atual, enfrentamos inúmeros desafios que nos impulsionam a buscar estratégias inovadoras e disruptivas para ampliar o repertório e o desenvolvimento dos estudantes. Acreditamos que, com boas práticas e exemplos inspiradores, é possível transformar a maneira como fazemos educação, aproximando-nos cada vez mais do ideal de um bom currículo e educação de qualidade.

Nesse sentido, para a abertura do Boas Práticas 2024, convidamos o Instituto Catalisador para promover uma atividade maker compartilhando sua metodologia autoral que mostra novas possibilidades de atuação do professor. A Aprendizagem Criativa surge como uma abordagem interessante para promover um ambiente de ensino mais dinâmico e significativo. 

Ao incentivar a experimentação e a exploração “mão na massa” de propostas pedagógicas, essa metodologia permite que os estudantes desenvolvam tanto suas habilidades criativas quanto os conhecimentos relacionados aos conteúdos curriculares. Percebemos que as novas metodologias auxiliam na flexibilização do currículo.

Criatividade
Em uma aula de ciências sobre plantas, ao invés de apenas estudar o ciclo de vida das plantas pelos livros e fichas, os estudantes poderiam criar um “jardim vertical” na escola usando materiais recicláveis. Ainda poderiam incluir sensores e o microbit para medir a umidade da terra. Nesse exemplo, eles não apenas aprenderiam sobre fotossíntese, crescimento e nutrição das plantas, mas também poderiam exercitar a criatividade e o protagonismo ao projetar e construir o jardim, além de trabalhar com dados, cocriando no coletivo e solucionando problemas práticos, como por exemplo, qual seria a melhor forma de irrigação ou a disposição das plantas para maximizar a exposição à luz.

Uma outra ideia que pode tornar o aprendizado de conceitos matemáticos mais envolvente: Os estudantes poderiam ser desafiados a criar jogos que utilizem princípios matemáticos, como um jogo de tabuleiro baseado em equações matemáticas ou um desafio de cartas que envolva frações e porcentagens. Uma das etapas, a de planejamento, por exemplo, pode ser oferecida por meio de estações por rotação, trazendo a atividade prática, de vivências, para introduzir o tema de estudo.

Maker
Por meio dessas atividades “mão na massa”, os estudantes se tornam protagonistas de seu próprio processo de aprendizado, experimentando e explorando conceitos de maneira ativa e engajante. A aprendizagem criativa também promove um ambiente mais inclusivo, onde diferentes estilos de aprendizado são respeitados e valorizados, onde muitos dos estudantes têm a oportunidade de expressar suas ideias e múltiplas inteligências. Nesses momentos percebemos claramente os pilares da cultura maker: criatividade, colaboração, sustentabilidade usando os materiais que se tem e escalabilidade por meio de materiais de baixo custo. 

Assim, ao integrar práticas criativas ao currículo, não apenas enriquecemos o conhecimento dos estudantes, mas também os preparamos melhor para enfrentar os desafios complexos do mundo contemporâneo, desenvolvendo habilidades cruciais como criatividade, colaboração, pensamento crítico e resiliência. Saímos dos muros da escola. E o professor também tem a oportunidade de rever seu papel, que deve ser de mediador, tornando-se, assim, o coração das atividades “maker”.

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