Evento contou com a presença de Jose Scodiero, presidente da América Latina da Fundação Micro:bit
O VI Scratch Day do Pioneiro, no dia 11 de maio, mostrou para muita gente como é fácil e divertido programar. Nossos alunos dos 4ºs e 5ºs anos apresentaram seus trabalhos autorais em um evento aberto e gratuito, que atraiu mais de 450 pessoas ao Centro Educacional Pioneiro.
Foram cinco oficinas, voltadas para crianças a partir de 4 anos até adultos, ministradas por professores e alunos. Nas atividades, o público foi introduzido ao programa Scratch e pôde criar jogos na hora. “Acredito que é uma iniciativa que inspira a comunidade escolar do Pioneiro a compartilhar boas práticas e projetos que acontecem no dia a dia das aulas”, explicou Elaine Sobreira, assessora pedagógica de Tecnologia Educacional.
Na quadra coberta, diversos computadores davam acesso aos jogos criados pelos alunos dos 4ºs e 5ºs anos. Os projetos sempre são desenvolvidos em parceria com outros professores, que utilizam a programação como forma de desenvolver um conteúdo curricular. Por exemplo, os 4ºs anos fizeram jogos baseados na influência de diferentes culturas na alimentação do povo brasileiro, tema referente ao conteúdo de História e Geografia. Já os 5ºs anos desenvolveram projetos para estudo da multiplicação.
“O Scratch auxilia no desenvolvimento de habilidades técnicas, como por exemplo trabalhar o raciocínio lógico e o pensamento computacional”, explica Fernanda Balthazar, assessora pedagógica de Tecnologia Educacional. “Para além destas habilidades, ainda é possível aprimorar o trabalho em equipe, ampliar o respeito ao repertório e ideias dos colegas, defender ideias, projetos e resolver problemas”, completa.
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Micro:bit
Os 5ºs anos utilizaram, em seus projetos com o Scratch, um elemento a mais – a placa micro:bit. Trata-se de um hardware baseado em uma pequena placa programável que ensina o fundamental da programação e inspira a criatividade digital. A placa BBC micro:bit consiste em um miniprocessador que pode ser usado para diversas criações.
Ela foi desenvolvida para crianças, com apoio da BBC e doações de 29 empresas, e testada no Reino Unido em 2016. Cada aluno do 7º ano das escolas da Inglaterra e do País de Gales, bem como estudantes da Irlanda do Norte e da Escócia de turmas equivalentes (a partir de 11 anos de idade), receberam, gratuitamente, uma placa. Foram cerca de 1 milhão de unidades.
De acordo com os dados da Fundação, cerca de 90% dos estudantes impactados disseram que a micro:bit fez com que percebessem que qualquer pessoa pode programar.
O presidente da América Latina da Fundação Micro:bit, Jose Scodiero, prestigiou nossos alunos no VI Scratch Day do Pioneiro. Eles criaram jogos de tabuada unindo o Scratch e a micro:bit, em games interativos que utilizavam acessórios como raquete e volante. Scodiero veio a convite da coordenadora de Tecnologia Educacional, Débora Sebriam, e mostrou-se muito satisfeito com os jogos que viu. “É impressionante como são pequenos e se conectaram de verdade. Eles já têm a base do Scratch, e com a micro:bit eles potencializaram as possibilidades”, comentou.
Confira a entrevista com Jose Scodiero.
Pioneiro – Quais as diferenças da micro:bit com outras placas? Por que as crianças a recebem tão bem?
Jose Scodiero – Se você pensar, não existia nada como a micro:bit antes. Existia por exemplo o Arduino, que é uma linguagem de programação do mundo da engenharia facilitada. O Raspberry Pi já veio como se fosse um computador feito em casa, mais voltado para makers, engenheiros juniores. Tinha-se um vácuo de nada feito para crianças.
A micro:bit tem uma telinha de LED que já é autossuficiente, você não precisa conectá-lo a uma tela. Então colocamos um botãozinho, um acelerômetro – eu faço movimento e eu entendo aquele movimento. Colocamos uma bússola. E tudo isso está lá em dois chips.
Era uma proposta única que sempre teve como foco a criança. Hoje, estamos chegando a quase 5 milhões de placas espalhadas pelo mundo, com uma Fundação que tem 30 pessoas atendendo 60 países ou mais. O foco sempre foi a criança e deve continuar sendo.
Pioneiro – E por que investir nas crianças e ensinar a elas programação?
JS – A programação hoje é quase como aprender gramática ou matemática, é uma matéria quase que obrigatória. Não só para ser programador, mas para desenvolver um raciocínio lógico. Várias profissões vão mudar radicalmente ou desaparecer em função da tecnologia, da inteligência artificial, e não entender isso é quase como não saber o que está se passando.
