Educação financeira: da escola para a vida

5 de novembro de 2019
A Educação Financeira ensina como poupar de forma sustentável

Poupar dinheiro é uma atitude que ajuda também o bem estar emocional

Economizar dinheiro não é tarefa fácil. Com tantas opções de consumo, é comum acabar gastando aquele restinho do salário em produtos que logo serão descartados, ou entrar em financiamentos que comprometem boa parte do orçamento familiar. Esse comportamento, além de prejudicar a saúde financeira do indivíduo e da família, também pode levar a um quadro de crises interpessoais.

A Educação Financeira ensina como poupar de forma sustentável
A Educação Financeira ensina a poupar de forma sustentável

Por isso, desde 2018, o Centro Educacional Pioneiro incluiu em sua grade curricular a Educação Financeira para as turmas dos 6ºs aos 9ºs anos. “Quando se aprende a poupar desde cedo, ao atingir a vida adulta o indivíduo será capaz de enfrentar qualquer imprevisto ou emergência financeira sem se desesperar”, explica a coordenadora e professora de Matemática Dalva Conde. “Ele poderá recorrer às economias realizadas e se precisar apertar as contas por um tempo, não encontrará problemas em fazê-lo, pois desde cedo aprendeu a administrar seus ganhos e gastos”.

Assim, são vários os motivos para poupar: prevenir-se diante de situações inesperadas, viver com maior tranquilidade, realizar um sonho, obter a independência financeira, preparar-se para a aposentadoria etc. 

Quanto antes a criança ou o jovem aprender a economizar e fazer escolhas conscientes em relação ao consumo, maior a chance de se tornar um adulto sustentável financeiramente.

Segundo a professora Dalva, um dos maiores problemas do brasileiro é não ter o hábito de poupar. De acordo com a Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC, 2019) de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), no último mês de outubro, 64,7% das famílias brasileiras encontravam-se endividadas. O percentual corresponde à primeira queda em nove meses (eram 65,1% no mês de setembro), mas representa um aumento de 4% em relação a outubro do ano passado.

O assunto é tão relevante que foi tema de uma reportagem de um canal de TV, para o qual a coordenadora Dalva, a aluna Cinthia Fukuma e sua mãe, Akiko Fukuma, foram entrevistadas devido ao projeto desenvolvido no Pioneiro.

Assista à reportagem aqui.

Não é só dinheiro
No Pioneiro, os alunos conhecem os diferentes tipos de investimentos, além de aprenderem sobre sustentabilidade ambiental, tolerância e respeito. “Não se trata somente de equilíbrio financeiro, mas também social e ambiental”, enfatiza Dalva.

Professora Dalva em entrevista sobre Educação Financeira
Dalva Conde, coordenadora e professora de Matemática do Pioneiro, explica que a Educação Financeira pode ser ensinada já na infância

Neste ano, o livro paradidático adotado é o DSOP Educação Financeira, do educador Reinaldo Domingos. Os livros são preparados de acordo com a faixa etária do aluno. Além de conceitos sobre planejamento e finanças, o livro conta a história de alguns personagens que passam por situações às quais os jovens são incentivados a refletir sobre empatia, confrontos, decisões, respeito a diversas etnias etc.

Além disso, um dos objetivos do curso é fazer com que os alunos se tornem multiplicadores dos conhecimentos adquiridos em sala. Ou seja, que eles apliquem o que aprenderam e que ensinem outras pessoas, incluindo sua família, a praticarem o consumo sustentável.

Como praticar a sustentabilidade financeira
Conceitos como poupar antes de gastar e repensar os hábitos de consumo para compreenderem que não devem adquirir produtos apenas por apelos publicitários ou por impulso devem ser aprendidos e aplicados. Deve-se conservar e reutilizar ao máximo os objetos antes de descartá-los e, se possível, reciclá-los. Também recuse produtos que prejudicam o meio ambiente e a saúde de modo a preservar a natureza. Essas atitudes devem ser incorporadas ao dia a dia das crianças para que, no futuro, as novas gerações tenham hábitos mais conscientes e sustentáveis.

Na escola, os alunos assimilam a importância da sustentabilidade ambiental com pequenas atitudes: apagar as luzes e desligar os ventiladores quando saem da sala de aula, economizar água, reutilizar roupas dos irmãos mais velhos e tantas outras pequenas ações que, em conjunto, fazem toda a diferença para um consumo mais equilibrado e consciente.

Como os pais podem ajudar os filhos a economizarem?
Pequenos
Quando os filhos ainda são pequenos, o que os incentiva é dar um cofrinho e falar para depositarem as moedas ali. Quando acumularem um montante significativo podem aplicar, por exemplo, em uma caderneta de poupança. 

Akiko Fukuma é entrevistada sobre Educação Financeira
Akiko Fukuma conta como a Educação Financeira ajudou sua filha Cinthia a conquistar um sonho

Com essa forma lúdica, o ato sistemático de colocar o dinheiro no cofrinho e não gastá-lo ficará internalizado na mente da criança, que levará esse hábito para o resto da vida, mais tarde transferindo o esquema quando receber seu primeiro salário. É possível começar a guardar moedas no cofrinho já a partir da infância, com crianças menores de 5 anos.

Ter a família como exemplo de economia também influencia o comportamento das crianças.

Jovens
Para os jovens, além de ensinar a guardar dinheiro, os responsáveis podem conversar sobre investimento, rendimento, aplicações, despesas, e introduzir vocabulários específicos de aplicações, como poupança, taxa Selic, CDB, tesouro direto e outros. Quanto antes tiverem contato com a ideia de poupar, maiores serão os aprendizados no futuro. 

Novamente, o exemplo dado em casa é fundamental para que o jovem tenha o hábito de poupar.

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