Como ensinar crianças a empreender

27 de novembro de 2018

No Pioneiro, alunos de 5º ano dão sequência a trabalhos de startups criadas no ano anterior e estudantes do 4º ano apresentam seus primeiros protótipos de brinquedos artesanais

Eles têm apenas 9 e 10 anos, mas já se comportam como grandes empreendedores. Já sabem o que é preciso para criar uma empresa e como defender suas ideias. Diante de uma banca de especialistas e uma plateia de quase 500 convidados, nossos jovens estudantes apresentaram os resultados de suas startups de chorume e os protótipos dos novos brinquedos criados este ano.

Os alunos do 5º ano foram os primeiros a subir ao palco na noite do dia 13 de novembro. Eles compartilharam os números de vendas da Adushow e PioComposta em eventos como a festa junina e impressionaram os convidados: foram mais de cem litros de chorume e R$ 2.800 de lucro, com planos de crescimento.

Maduros e confiantes, colocaram questões como: “É possível expandir as vendas para além dos muros da escola? ” e “criar um site para vendas online pode ser um bom negócio?”. Já a banca examinadora, por sua vez, acrescentou outras questões: “Vocês já aplicaram um questionário entre os compradores para saber o que acharam do produto de vocês? Já pensaram em usar as redes sociais para divulgar a empresa?”

O desafio dos alunos do 5º ano começou em 2017 com a missão de criar empresas para vender chorume e húmus, após um trabalho com composteiras realizado nas aulas de Ciências. As empresas ganharam nome, logomarca, slogan e embalagem. Também se organizaram em quatro departamentos: financeiro, propaganda cliente, propaganda comunicação e inovação do produto.

O início do trabalho não foi nada fácil. Eles tiveram de superar imprevistos como a morte das minhocas devido à acidez de algumas frutas e se desdobraram para produzir planilhas de descrição de gastos com materiais, embalagens e impressão de informativos. Os alunos ainda calcularam o custo unitário dos kits e até a margem de lucro desejada.

Os alunos do quinto ano ainda apresentaram um livro idealizado pelo grupo que tem por objetivo orientar educadores a reproduzir todas as etapas do empreendedorismo em sala de aula. Aliás, foram os próprios alunos que decidiram reinvestir o lucro obtido na publicação, para estimular os planos de expansão para 2019. O guia está à venda e deve arrecadar fundos para as empresas.

Após a apresentação dos 5ºs anos, foi a vez dos novatos de 4º ano. No início do ano, eles encararam o desafio de construir um brinquedo artesanal usando máquinas simples, priorizando a sustentabilidade e o baixo custo. Nossos jovens empreendedores contaram em detalhes como se deu o processo criativo e de produção. Ao final, apresentaram suas empresas e seus protótipos.

Os alunos do 4º A, da professora Ana Paula, criaram a PioKids e ensinaram como fazer uma catapulta par brincar com o Lança Quiz, um jogo desafiador de perguntas e respostas. O diferencial do brinquedo está na embalagem em formato de maleta, uma solução inteligente que reduziu o custo de produção.

Já as crianças do 4º B, da professora Patrícia, apresentaram o Despenq, um brinquedo da empresa DiverPio inspirado em torres de parques de diversão. Com a ajuda de uma manivela, eleva-se as tampinhas cheias de sementes até o topo da torre, que despenca lá de cima. Vence o jogador que tiver a maior quantidade de sementes nas tampinhas.

Os meninos do 4º C, da professora Thaís, criadores da startup DiverPio, apresentaram o Bodardo, um jogo que ajuda a conhecer os biomas brasileiros, e o EcoSpinner, um brinquedo de uso individual que auxilia no controle do estresse e da ansiedade.

Para finalizar, os alunos do 4º C, da professora Marcília, apresentaram a PioBrinque e suas criações: o avião lançador e o Skenta, o desafio da torre. A inspiração dos jovens empreendedores foi um jogo bastante popular vendido em lojas de brinquedo, conhecido como Jenga. O desafio é retirar as peças sem derrubar a construção.

Questionados sobre o trabalho realizado, alunos de 4º e 5º ano deixaram os seguintes depoimentos: “aprendi que quando todos cooperam, tudo vai se encaixando e dá certo”; afirmou um deles. “Penso em deixar uma parte do lucro para repor os produtos utilizados, uma parte de fundo de caixa para emergências e uma parte para gastar com minhas contas pessoais”, contou o outro.

A banca examinadora foi composta por Daniela Leite, idealizadora do Comida Invisível; Erica Ide, designer; Felipe Gonzales, especialista em Inovação e Design Educacional; Guilherme Sandler, articulador da Rede Brasileira da Aprendizagem Criativa; Luiza Netto Lopes, estudante da FGV e premiada no programa Empresa Junior e Ricardo Zanotta, professor de Marketing do Departamento de Administração de Empresas da PUC-SP.

Os projetos dos alunos de 4º e 5º anos tiveram a parcerias das professoras titulares, da equipe de tecnologia educacional, do marketing e do departamento financeiro do Pio.

Veja mais fotos do evento aqui

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