Montando um quebra-cabeças chamado São Paulo

14 de agosto de 2018

Professores contam a experiência de desvendar, ao lado de seus alunos, as relações sociais e as transformações que determinam o modo de vida da cidade mais populosa da América.

Os docentes do Centro Educacional Pioneiro contam, a seguir, um pouco sobre a visita dos alunos do 1º ano do Ensino Médio ao Centro de São Paulo e à Zona Leste da cidade, uma proposta que integra o Trabalho Coletivo. De acordo com os educadores, a ideia é expandir os horizontes da formação geral dos alunos. “O objetivo é mobilizar conhecimentos multidisciplinares, propor reflexões e responder a questões investigativas colocadas pelos professores”. Neste momento do trabalho, explica o professor de história Renato Luginick Ranieri, os alunos estão levantando informações sobre como a cidade de São Paulo se organiza para viver. Um pouco mais sobre a experiência:

Centro: o passado e o presente juntos – Observar a cidade e os laços invisíveis das relações sociais que nos envolvem foi a proposta da vista que aconteceu no dia 07/8. O primeiro ponto foi a Praça da Sé, onde entre entrevistas e desenhos, nos tornamos ouvintes da sinfonia urbana. Não apenas ouvimos ou falamos; observamos. Observação que vai além da espontaneidade costumeira e se transforma em ciência com intenção: como nos organizamos em sociedade? Depois da primeira parada, fomos ao Largo São Francisco, conhecemos a faculdade de Direito e seus alunos, bem como as paróquias do Santuário de São Francisco. Continuamos rumo ao Solar da Marquesa, Beco do Pinto, Casa Número 1 e Pátio do Colégio. Entre pedestres apressados e o intenso comércio, reparamos na arquitetura, no som e ruídos, nos odores, no dinamismo do espaço em contínuo movimento, na história, nas pichações e grafites, nas palavras. Seguimos em direção ao Mercado Municipal, onde após merecido almoço, percebemos que também somos parte da paisagem buscando nossa identidade. Caminhamos para a Vila dos Ingleses, agora mais acostumados com o cenário cosmopolita quando lemos na parede “Respeite o imigrante”. Refletimos então, sobre estes que vieram antes de nós e que ainda chegam no Brasil, terra de mistura, de receber gente. Depois da Vila, nossa última parada é a Passarela das Noivas, que sob a av. Tiradentes, entre o Largo São Bento e o Campo de Bagatelle que homenageia Santos Dumont, vemos a Estação da Luz e nos deparamos, justamente nós, que buscamos respostas, com mais perguntas!” Acesse aqui imagens do Centro.

Zona Leste: expansão contínua – Essa saída também faz parte de parte do Trabalho Coletivo do 2º trimestre. Aproveitamos esta, para conhecer parte da Zona Leste, região mais populosa da cidade, no dia 10/8. No metrô, paramos nas plataformas do Brás, Belém e Corinthians-Itaquera, reconhecendo o centro a partir dos bairros e suas intrínsecas interações. A expansão urbana, imigração, locomoção, meios de transporte, características e história dos bairros, habitação, deslocamento de “massa”, mundo do trabalho, distribuição de renda, são alguns assuntos abordados diretamente. Na volta, descemos no bairro do Belém e caminhamos até a Vila Operária no Belenzinho, identificando e refletindo sobre aspectos históricos, sociais, políticos e econômicos importantes da metrópole. Esse “lugar de memória” nos transporta, por meio de um esforço consciente, à época da industrialização da capital e de relações sociais, afetivas e de trabalho diferentes das que temos hoje, como percebemos pelo saudosismo dos que viveram na Vila à época da Indústria Matarazzo, a mais antiga Vila operária de São Paulo, com mais de 100 anos, ainda conserva parte de sua história entre a arquitetura e a oralidade de seus habitantes”. Acesse aqui fotos da Zona Leste.

 

 

 

 

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