Ikebana: a arte que encantou gerações no Pioneiro

5 de junho de 2019

Com aulas ministradas desde a fundação da Akama Gakuin, a ikebana ainda hoje faz parte dos cursos extras da escola

Um arranjo floral que expressa amor, cuidados, dedicação, paz e harmonia. Esses são alguns sentimentos que a ikebana desperta em quem a pratica e em quem a contempla. Dona Michie Akama prezava muito essa expressão cultural japonesa, tanto que a incluiu como curso opcional da São Paulo Saihou Jogakuin desde o início.

Professora Zuleika Kawauchi Kao (esquerda) e a filha Mary, que ensinam ikebana no Pioneiro

E quem acompanhou de perto a história da ikebana e sua relação com a escola foi a professora Zuleika Kawauchi Kao, que hoje ensina os arranjos no Pioneiro.

Início

A história da professora Zuleika está ligada à história do Centro Educacional Pioneiro desde sua infância. Já na época da São Paulo Saihou Jogakuin, Dona Michie fez amizade com uma outra imigrante japonesa costureira, chamada Yukiko Kawauchi, mãe da sensei Zuleika.

Aula de ikebana na Akama Gakuin

Dona Yukiko também veio do Japão na década de 30 para trabalhar em cafezais. Ela havia estudado ikebana, caligrafia (shodo) e corte e costura no Japão, e não se adaptou à vida na lavoura. Mudou-se para a cidade de São Paulo e abriu uma oficina de costura, que mais tarde se tornaria uma fábrica de capas de chuva, blusões e agasalhos. Algumas alunas da São Paulo Saihou Jogakuin iam trabalhar na fábrica depois das aulas, para adquirir mais experiência em corte e costura e juntar dinheiro para casarem.

Dona Yukiko, que era professora na Associação de Arte Floral Kado Iemoto Ikenobo da América do Sul (Nambeishibu), passou a ensinar ikebana às alunas da Akama Gakuin que trabalhavam com ela e se interessavam pelo ofício. Ela levava essas alunas para exposições de ikebana e shodo. Ela também expunha nos bazares da escola da amiga Dona Michie, e a pequena Zuleika via tudo isso acontecer e se interessava cada vez mais pela ikebana – que acabou virando uma tradição familiar, passada de Dona Yukiko para a professora Zuleika, e hoje também para Mary Kawauchi Kao, sua neta.

Dona Yukiko Kawauchi Kao ao lado de uma ikebana sua

Sensei Zuleika

Zuleika continuou os estudos de ikebana e tomou para si a missão de sua mãe de propagar essa tradição japonesa, ministrando aulas por conta própria. Já foi uma das diretoras da Associação Brasileira de Ikebana, representante da escola Ikenobo Kadokai Nambei Shibu, onde hoje desempenha o papel de relações públicas. É também conselheira consultiva da Associação de Arte Floral Kado Iemoro Ikenobo da América do Sul.

Seus dois filhos, Fernando e Mary, fizeram desde o youtien (infantil japonês) até o final do ensino fundamental no Pioneiro. No entanto, o ensino da ikebana já não fazia mais parte da grade oferecida pela escola.

Em 2008, a convite da professora Elza Baba Akama, Zuleika passou a dar aulas de ikebana como curso extracurricular no Centro Educacional Pioneiro, completando quase 90 anos de parceria e amizade com a escola.

“Tenho muita gratidão à escola Pioneiro e sinto muita felicidade em ser professora e poder transmitir a arte da ikebana, preservando e dando continuidade à essa maravilhosa arte milenar”
Zuleika Kawauchi Kao

Horários

As aulas de ikebana no Pioneiro são ministradas pela professora Zuleika e sua filha, Mary. As inscrições estão abertas para alunos a partir do Ensino Fundamental II e público em geral.

Exposição de ikebana da professora Zuleika na recepção do Pioneiro

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn