No dia 10 de abril, os estudantes do 1º ano do Ensino Médio participaram de uma atividade do Itinerário Formativo Cidade e Conexões: um estudo do meio no centro histórico de São Paulo. A proposta faz parte de um conjunto de vivências que buscam ampliar o repertório cultural e crítico dos jovens, conectando o conteúdo trabalhado em sala de aula com a realidade concreta da cidade e suas dinâmicas sociais, históricas e urbanas.
Mesmo com a chuva, o grupo percorreu diferentes marcos da capital paulista, construindo um olhar atento sobre o espaço urbano e os processos que moldaram sua formação. O trajeto incluiu visitas à Praça da Sé (com a Catedral e a Igreja do Carmo), à biblioteca da Faculdade de Direito do Largo São Francisco — a mais antiga do país, ao lado da de Olinda —, ao Pateo do Collegio (onde o grupo pôde visitar a cripta da antiga igreja e assistir a um recital de violão), à Ladeira General Osório, à Várzea do Carmo e às margens do rio Tamanduateí, com parada no Mercado Municipal.
Do alto do Viaduto do Chá, sobre o vale do Anhangabaú, a chuva revelou o porquê do título “cidade da garoa”. Ainda assim, a caminhada foi marcada por descobertas e reflexões. Um dos destaques da atividade foi a visita monitorada ao interior do Teatro Municipal, onde os estudantes conheceram mais sobre a história, a arquitetura e os bastidores de um dos principais patrimônios culturais do Brasil. O almoço coletivo no Mercado Municipal também contribuiu para o fortalecimento dos laços entre o grupo e para a imersão na cultura gastronômica da cidade.
Mais do que uma aula ao ar livre, o estudo do meio é uma prática formativa que reforça o protagonismo estudantil no processo de aprendizagem. Ao sair da escola e ocupar o espaço urbano como campo de estudo, os jovens exercitam a observação, a reflexão e a análise crítica. A experiência amplia horizontes, estimula a autonomia e permite que o conhecimento seja construído de forma ativa, viva e contextualizada.
A partir de um olhar interdisciplinar, a atividade abordou aspectos históricos, geográficos, culturais e sociais. A história foi resgatada por meio de uma perspectiva decolonial sobre os monumentos, a arquitetura e as narrativas presentes nas paisagens do centro. Já o olhar geográfico esteve voltado à compreensão das dinâmicas socioespaciais e econômicas que constituem e transformam a cidade ao longo do tempo.
O estudo do meio reafirma a importância de uma educação conectada com o mundo. É no encontro com o território e com as múltiplas vozes que o habitam que o conhecimento ganha sentido — e os estudantes, mais instrumentos para interpretar, questionar e transformar a realidade.