• Home
  • Notícias
  • Especial Metodologias Ativas: Aprendizagem Baseada em Projetos

Especial Metodologias Ativas: Aprendizagem Baseada em Projetos

26 de junho de 2020

Neste artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre Metodologias Ativas e entender como a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) é aplicada no Pioneiro

Por Naila Okita Shimizu

A educação está mudando. Por ela ser um processo essencial na formação de um cidadão com senso crítico e que atue de forma responsável e ética, é preciso que ela acompanhe as mudanças sociais, tecnológicas e culturais da sociedade. Mudanças essas que não param de acontecer.

A discussão não é novidade para quem é do ramo, mas para quem não se dedica a essa área, talvez ainda seja um pouco difícil de perceber como os profissionais da educação estão, a todo momento, se atualizando e levando à sala de aula (presenciais ou, no caso atual, remotas) metodologias de ensino mais adequadas à realidade do estudante.

Uma delas são as Metodologias Ativas. Talvez você já tenha ouvido falar delas. O objetivo deste especial é que, depois de alguns artigos, você consiga entender melhor o que são, quais são algumas de suas práticas, como elas são aplicadas nas aulas do Centro Educacional Pioneiro e quais os benefícios que elas promovem na formação dos(as) nossos(as) alunos(as).

O que são Metodologias Ativas?
Uma visão antiga de escola é de ser um lugar aonde os alunos vão para sentar e ouvir o que o professor tem a ensinar. Eles teriam um papel passivo na aprendizagem, apenas copiando as lições no caderno, ouvindo aulas expositivas e reproduzindo o que conseguiam “absorver” do conteúdo apresentado. A figura central nesse cenário é o professor.

Entretanto, entendemos que a escola é um dos espaços no qual o estudante convive, discute, vive experiências, trocas e adquire autonomia durante a vida. Os professores, além de contribuírem com seus conhecimentos e experiências, também participam da formação desses jovens como mediadores e facilitadores que irão incentivá-los em sua curiosidade, estimulá-los a desenvolver suas capacidades e auxiliá-los com as dificuldades. No Pioneiro, acreditamos que a criança e o jovem são os protagonistas do futuro, mas também do presente. Isso significa que o estudante é o personagem principal de sua história, inclusive da acadêmica.

As Metodologias Ativas são práticas de ensino que contemplam o estudante nesse papel ativo da aprendizagem. É o aluno protagonista que participa da construção do conhecimento a partir de sua curiosidade, senso crítico, interpretações e reflexões.

Essa mudança de postura em relação ao papel do estudante permite que ele desenvolva um comportamento mais investigativo, atuante e questionador, e seja um cidadão mais responsável, consciente, criativo, proativo e que deseje ir além.

Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP, do inglês Project Based Learning – PBL), uma das vertentes das Metodologias Ativas.

Aprendizagem Baseada em Projetos
O nome já diz o princípio dessa abordagem de ensino: projetos. A ideia é confrontar uma questão que faça parte da vida dos estudantes e incentivá-los a buscar uma solução/melhoria para ela de forma cooperativa. Para isso, em grupos eles discutem o problema, levantam hipóteses, desenvolvem um plano de pesquisa e ação, executam-nos e apresentam a conclusão a que chegaram. Os professores atuam como facilitadores e instigadores, pois vão ajudar os alunos, indicar fontes confiáveis de informação, trabalhar os conhecimentos acadêmicos envolvidos no processo, incentivar as pesquisas etc.

Trabalhando questões que façam sentido para eles, os alunos tornam-se mais motivados, e o interesse pelo aprendizado leva-os a um melhor desenvolvimento individual e coletivo.

Não há, na ABP, apenas uma solução correta. Seu formato permite que cada grupo possa chegar a uma resolução, dependendo das decisões tomadas, que podem complementar umas às outras. É mais ou menos como no mercado de trabalho, em que cada vez mais é preciso saber comunicar, trabalhar coletivamente e aproveitar as melhores ideias de cada um para o sucesso do empreendimento.

O educador e especialista em estratégias de ensino práticas (com ênfase na resposta à intervenção – RTI – e no ensino diferenciado em salas de aula), William N. Bender, escreveu que “Em uma era em que as mídias digitais permitem a comunicação instantânea e há disponibilidade de informações quase ilimitada na internet, (…) produzir sentido a partir da grande quantidade virtual de informações caóticas é exatamente o tipo de construção do conhecimento que todo aluno no mundo de hoje precisa dominar*”.

Com a ABP, o aluno desenvolve diversas competências gerais da educação básica (como estabelecidas pela BNCC) e habilidades ditas necessárias no século XXI. Alguns exemplos:

– autonomia;
– utilização de diversas linguagens (verbal, corporal, visual, sonora e digital);
– investigação;
– elaboração de hipóteses e soluções;
– flexibilidade;
– argumentação;
– cooperação;
– criatividade;
– tolerância a frustrações;
– persistência (tentativa e erro);
– manuseio de tecnologias digitais.

Na prática
Um exemplo de ABP é o projeto “Mariposa ou borboleta?”, da Educação Infantil. Em uma das classes, o Infantil II B, as crianças mostraram muito interesse e curiosidade quando um inseto voador apareceu no parquinho de areia da escola. Querendo descobrir se era uma mariposa ou uma borboleta (duas hipóteses trazidas por eles mesmos), a professora os orientou com perguntas para que pudessem argumentar e discutir a questão.

O assunto não só não foi encerrado, como deu origem a outras perguntas! Confira aqui como está sendo o processo de descobertas das crianças.

Já no 4º ano, os alunos iniciam um projeto de Empreendedorismo. A partir de um tema de Ciências, são confrontados com algumas questões e precisam sugerir soluções viáveis e que possam fazer diferença no mundo real. Trabalhando em equipe, com apoio multidisciplinar, desenvolvem produtos, apresentam a uma banca de profissionais de diversas áreas do mercado de trabalho e fabricam em escala para venda em eventos da escola. O projeto Aprender a Empreender se estende até o 6º ano. Veja neste infográfico como ele funciona:

 * BENDER, William N. Aprendizagem Baseada em Projetos: Educação diferenciada para o século XXI. Penso Editora LTDA. 2014  

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn