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Novos hobbies e aulas remotas: alunos do Ensino Médio falam da nova realidade

7 de agosto de 2020

A quarentena e as aulas remotas mudaram a dinâmica de tempo e espaço à qual estávamos acostumados. Horários bagunçados, todos em casa o tempo todo, deixar a velha rotina de lado e buscar novos hábitos. O que gostamos de fazer? O que nos faz bem?

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Pedimos a alguns alunos do Ensino Médio que nos contassem um pouco como organizam seus dias e como fazem para manter o equilíbrio mental e emocional. Aika Takahashi Borges, 16 anos, está no 2M e diz que pensa em tantas coisas para fazer que às vezes não consegue focar no que planejou. Já Gabriel Felippu, 15 anos, estudante do 1M, tem no piano um refúgio. Mariana Canavarro, também de 15 anos e do 1M, já fez até pintura com esmalte vencido.

Cada um em seu contexto familiar, encontraram soluções para lidar com esses meses de distanciamento social. Mas uma coisa têm em comum: todos sentem falta de poder conviver com colegas e professores!

Confira o que eles têm a dizer:

Pioneiro – Poderiam contar um pouco das suas rotinas?
Aika –
Bom, minha rotina fora da quarentena era bem corrida, e não mudou muito durante a pandemia. As aulas de inglês, música, treinos e o escotismo continuaram remotamente, a maior parte do tempo eu passo na frente do computador por conta de todas as aulas que eu tenho. Também tive que encaixar na minha rotina a terapia e o tratamento de microfisioterapia para não enlouquecer de vez (risos). Ainda não consegui me organizar muuuuito bem mas estou conseguindo fazer as tarefas de todos os cursos. Eu assisto a várias séries, documentários e filmes para me distrair, gosto muito de desenhar e pintar.

Minha cabeça funciona a milhão, então sempre estou pensando em alguma coisa para fazer como tocar violão, projetos do escotismo, escola…. mas isso às vezes me atrapalha porque não consigo focar nas coisas que eu planejei para o dia ou para a semana.

Gabriel – Costumo acordar todo dia às 6h da manhã. Acordo cedo para poder focar em meu lazer: como estarei ocupado no restante do dia, uso este tempo para assistir séries, ver animes, ler livros ou jogar videogame. A partir das 8h, se não estiver em horário de aula, começo meu treino de piano. Quando tenho aula de manhã, pratico após o almoço. Minhas tardes são divididas em tocar piano e realizar tarefas propostas. De noite, se não sobrou nenhuma lição e alcancei minhas metas, eu fico livre.

Mariana – Eu tento acordar todos os dias às 7h20 e, quando a aulas não começam às 7h50, procuro adiantar um pouco das tarefas ou estudar alguma matéria que estou com dúvida. Depois, quase todos os dias temos aula até o horário do almoço, que é 12h40. Eu almoço e, antes de voltar às atividades, vejo um episódio de alguma série ou leio um pouco de um livro e confiro as redes sociais. Às 13h50 ou temos aula ou eu tento fazer atividades do curso de High School e da escola. Depois que eu acabo, fico com um tempo livre.

Grade de horários da Mariana

Algumas vezes não consigo seguir exatamente o que eu planejo porque pode aparecer um trabalho em grupo ou algum evento como uma palestra ou me enrolo mesmo. Mas eu sempre tento e para me ajudar eu fiz uma grade com horários (ver foto).

Pioneiro – Tem sido tranquilo acompanhar a rotina de atividades da escola? O que mais gostam no ensino remoto e o que menos gostam?
Aika –
Nossa, prefiro muito mais as aulas presenciais, mas por outro lado entendo a situação que estamos passando então não temos outra opção. Tem sido bem difícil acompanhar algumas matérias e dar conta das lições que tenho mais dificuldades, no entanto tem matérias que eu consigo acompanhar normalmente. O lado bom do ensino remoto é que eu posso dormir um pouco mais e que eu estou perto da minha família. O lado ruim é que eu não tenho meus amigos por perto e às vezes tenho problemas com a internet… mas tirando isso, estou conseguindo me adaptar bem.

Gabriel – Tem sido tranquilo sim. Não está excessivo nem muito pouco, acho que está num nível bom em relação à quantidade de lições. Minha parte favorita do ensino remoto é que sempre posso estar em contato com o piano, a aula termina e já posso tocar nos intervalos, ou até mesmo enquanto ouço a aula (risos). O que menos gosto seria a falta de contato com os professores. Presencialmente é muito mais fácil o esclarecimento de dúvidas pois estamos frente a frente.

Mariana – Eu diria que é desafiante porque em casa eu tenho mais dificuldade para me concentrar do que na escola, e isso faz com que muitas vezes eu perca alguma parte da aula. Então quando eu perco alguma coisa eu tenho que correr atrás do que eu não entendi e isso dificulta, mas também pode ser importante para me ajudar a ter mais responsabilidade. O ensino remoto é desafiante, mas no final pode ser algo bom.

O que eu mais gosto do ensino remoto é que eu tenho mais facilidade para revisar as matérias, porque muitos conteúdos já ficam no Moodle e eu só preciso abri-lo; a aulas ficam gravadas; e se eu precisar de mais algum conteúdo eu posso achar em fontes confiáveis na internet. E o que eu menos gosto é o fato de eu não estar presencialmente com os professores e meus amigos.

Pioneiro – O que fazem para se divertirem/distraírem?
Aika –
Estou gostando muito de assistir à Netflix e Youtube, desenhar e criar, tocar instrumentos e me divertir com minha família.

Gabriel – Tenho ouvido muita música e mantido contato com meus amigos mais íntimos, ajuda bastante nesses tempos difíceis. Meu instrumento ajuda muito também, é meu estilo de vida, mas toco pois acalma e relaxa.

Mariana – Eu estou assistindo bastante a séries e tento encaixá-las no meu tempo livre. Recentemente descobri várias músicas de vários estilo, que provavelmente eu não teria ouvido se não estivesse em isolamento, e eu as ouço enquanto faço as atividades da escola, o que me deixa mais disposta. Também queria, há mais de 1 ano, aprender a tocar violão e agora tive a chance de começar – ainda não aprendi muito, mas espero saber o básico até o final do isolamento.

Fiz algumas pinturas com esmalte – eu não tinha tinta e, como tinha alguns esmaltes vencidos, aproveitei. De vez em quando tento cozinhar, o que às vezes dá certo e às vezes não (risos). Recentemente fiz bolachinhas de maisena.

E meus amigos e eu fazemos ligações para botar os assuntos em dia ou para estudar alguma matéria todas as semanas 🙂

Pioneiro –  E quando acabar a quarentena, qual a primeira coisa que querem fazer?
Aika –
Quando acabar a quarentena, a primeira coisa que eu vou fazer é jogar vôlei com meu time e ver meus amigos. 

Gabriel – Definitivamente sair com os amigos e ir no cinema, a saudade daquela pipoca e da sala escura é grande, principalmente para mim, que frequentava bastante com os amigos e familiares.

Mariana – Quando acabar a quarentena, eu queria sair abraçando meus amigos e família, mas sei que não vai dar. Então, já ia ficar muito feliz apenas de vê-los.

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