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“Não é só domínio do idioma, é transitar em diversos ambientes”: coordenadora de inglês fala sobre formação integral do aluno

11 de julho de 2020

Selma Alfonsi explica a abordagem comunicativa de ensino de inglês do Pioneiro e os benefícios do Programa de Educação Bilíngue (PEB) e High School

Aprender inglês é essencial. Dominar o idioma abre portas no Brasil e no mundo para inúmeras oportunidades de trabalho, experiências e vivências. No Centro Educacional Pioneiro, o aluno aprende a língua na prática, com projetos e aulas 100% em inglês desde o primeiro ano da Educação Infantil. “Quanto mais expor a criança ao idioma, mais ganho cognitivo ela tem”, explica Selma Alfonsi, coordenadora de Inglês. “O aluno é estimulado a falar em inglês e os professores só falam em inglês. Os alunos que vêm de fora, se necessário, passam por um processo de adaptação.”

Coordenadora Selma Alfonsi

Com abordagem comunicativa trazemos textos reais e significativos para os alunos. A gramática não está descolada do contexto, mas está na comunicação, na construção das frases e na capacidade de expressão. Até o final do Ensino Fundamental I, as estruturas linguísticas permeiam as aulas de maneira intencional mas sem a identificação individual de suas partes. Estão dentro da fala e da comunicação. Já no 6º ano, começam-se a nomear os tempos verbais, pronomes etc, para que o aluno esteja apto a identificá-los e utilizá-los nos exames internacionais e vestibulares.

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Confira a entrevista com Selma sobre o ensino de inglês do Pioneiro!

Pioneiro – Como é o ensino de inglês na Educação Infantil?
Selma Alfonsi –
Na Educação Infantil fazemos um recorte do planejamento trimestral das professoras e preparamos os nossos. Temos uma aula por semana, então trabalhamos a oralidade, vocabulário, cores, números, sons etc, para eles irem se desprendendo.

Storytelling em aula remota para alunos do Infantil

Pioneiro – Qual o benefício de começar o aprendizado de inglês tão cedo?
Selma –
Quanto antes você começar com a criança, qualquer idioma, menos receio ela terá. Vemos crianças que entram na escola e que vêm de ambientes em que não tinham o estímulo de inglês, que apresentam maior resistência. O nosso aluno, já habituado ao idioma, nem percebe quando você faz a transição inglês-português. As aulas são todas em inglês, utilizamos o recurso do português somente quando necessário.

Quanto mais expor a criança ao idioma, melhor para ela, mais ganho cognitivo ela tem.

“Isso é o multiletramento. Não é só o idioma, é uma série de leituras que ele vai fazer. Leitura de mundo”

Pioneiro – Qual o material didático?
Selma –
A partir do 1º ano adotamos o material de Cambridge, sempre focando a oralidade, porque a gramática está na língua. Você não fala só no presente e depois no passado. Quando você fala, fala de hoje, de amanhã, do passado, do futuro e assim é a língua, tudo misturado.

Já no Fundamental II e Médio, adotamos um mix de livros.

No Fundamental temos uma carga horária mais reduzida e, por essa razão, adotamos um material didático que ajude a explorar as quatro habilidades: escuta, fala, escrita e leitura.

Pioneiro – Poderia falar um pouco sobre o método de ensino de Inglês no Pioneiro?
Selma – Utilizamos o Communicative Approach (Abordagem Comunicativa) e nossas aulas são 100% em inglês. O aluno é estimulado a falar em inglês e os professores só falam em inglês. Os alunos que vêm de fora, se necessário, passam por um processo de adaptação por conta disso. Estamos sempre acompanhando de perto todos os alunos; há os alunos com maior dificuldade, claro. Mas não existe o estranhamento do idioma para eles.

Até o 5º ano do Fundamental, não se fala em “gramática”. O aluno tem estruturas linguísticas em que tudo está lá. Não se fala que em what is your name você utiliza o verbo to be, por exemplo. Quando chega no Fundamental II, é preciso fazer as separações da gramática, começar a nomear, “porque utilizamos aqui um verbo e não um substantivo”. Mesmo porque em exames internacionais isso está posto para ele e ele precisa utilizar corretamente. Mas começamos muito devagar. Quando ensinamos o simple present, ele vai perceber que já usava, e as regrinhas são ensinadas progressivamente.

Pioneiro – Poderia nos dar alguns exemplos?
Selma –
No Fundamental I temos histórias, diálogos. Por exemplo, no 5º ano as professoras prepararam uma aula sobre tartarugas marinhas. As crianças discutem sobre o assunto, você tem frases prontas, elaboradas e, dentro disso tudo, introduzimos o uso do should: o que devemos fazer para que os mares não fiquem poluídos? What should you do? ou what shouldn’t you do?. Então dentro daquele contexto maior vamos trabalhar o should. Não estou falando que é um modal verb, só estou ensinando o uso do should dentro de um contexto significativo. Eles viram um vídeo maravilhoso da National Geographic sobre as tartarugas, quanto tempo elas vivem, os tipos de tartaruga. E a parte gramatical está junto.

A teacher Luciana usou trechos dos filmes para ensinar o superlativo, sem usar o termo “superlativo”. A gramática está na língua

Ou de repente estamos utilizando o comparativo/superlativo. Você não fala para a criança “olha isso é comparativo, isso é superlativo”. Mas, “de todas as tartarugas que existem, esta é a maior, the biggest one” ou “the heaviest one”. Reforço, a gramática está na língua. Quando formos para o Fundamental II, entramos na regra.

“O English Plus prepara para entrevistas internacionais e de estágio, por exemplo. A proposta do Pioneiro é uma formação integral e, para mim, formação integral é isso. É ter desenvoltura, não é só o domínio do idioma, é saber transitar nos mais diversos ambientes.”

Pioneiro – Então quando o aluno chega no Fundamental II, já tem uma boa experiência com a língua inglesa, já sabe usá-la em diversas situações?
Selma –
Desde a Educação Infantil, a criança vai se apropriando. Tem muito apelo visual, especialmente agora nas aulas remotas. Trazemos diversos contextos e situações para a criança ver e refletir. Isso é o multiletramento. Não é só o idioma descolado, é uma série de leituras que ele vai fazer. Leitura de mundo.

No 6º, 7º ano, tem textos de diversos gêneros, muito listening, muito vídeo, porque é importante – esses jovens ouvem música e assistem a vídeos o tempo todo. Mas tem horas que não tem jeito: levamos texto mais densos, eles têm que identificar palavras-chave, fazer interpretação, igual português. É o que ele vai utilizar para fazer um Cambridge, um vestibular.

A parte de leitura, interpretação de texto, a gente começa já no 3º ano e vai progressivamente. No Fundamental II, aumenta-se o grau de complexidade de perguntas que você faz. As inferências são muito maiores, necessárias. É uma habilidade que precisa ser trabalhada.

No Médio, os projetos são muito grandes. Entra também a terceira aula de inglês, English Plus, focada em apresentações e fluência. Alguns ficam assustados no começo, porque têm que falar, têm que ir lá na frente, precisam se expor, não tem jeito. É a proposta da disciplina. Mas todos eles vão e se saem muito bem.

Aluna do 3º ano do Ensino Médio faz tutorial de maquiagem

O English Plus prepara para entrevistas internacionais e de estágio, por exemplo. A proposta do Pioneiro é uma formação integral e, para mim, formação integral é isso. É ter desenvoltura, não é só o domínio do idioma, é saber se virar e transitar nos mais diversos ambientes. Se em algum momento da vida, o aluno se deparar com uma situação em que precise se expor, aquilo não será algo novo para ele, não pode ficar desesperado. Pode ficar ansioso, é normal, mas o nosso aluno não vai falar “nunca fiz isso”. Um dos diferenciais do Pioneiro é a preparação além do básico curricular.

“No Bilíngue, há uma carga horária maior, exposição maior à língua e com uma abordagem de aquisição de língua.”

Selma Alfonsi sobre o Programa de Educação Bilíngue (PEB)

Pioneiro – E o aluno que não gosta de inglês? Como é trabalhada a língua com ele?
Selma –
Se um aluno não gosta do idioma, procuramos mostrar a ele o quão bacana é saber inglês. No Pioneiro, nos preocupamos muito que a criança e o adolescente não criem uma antipatia ao idioma. Muitos adultos têm bloqueio por causa de situações que tiveram na escola, e isso não pode acontecer. Chamamos o aluno e apresentamos algo legal. Vamos ouvir música como tarefa de casa, por exemplo. O aluno às vezes fala que não gosta porque tem um pouco mais de dificuldade, então você vai devagar, cativando.

É uma obrigação hoje saber inglês, mas vamos trabalhando sem uma carga muito grande em cima do aluno. Você precisa envolvê-lo. Falar de “futuro” para ele é tão longe né? Vamos pensar no “amanhã” real. “Seus amigos vão ver um vídeo legal sem legenda, vão discutir. Você não quer participar?”. Pensar no agora.

Pioneiro – O Pioneiro oferece também o Programa de Educação Bilíngue (PEB). Qual o benefício desse curso?
Selma –
O objetivo é a fluência. No regular, utilizamos a abordagem comunicativa para trabalhar as 4 habilidades, mas há mais alunos por sala e uma carga horária menor. No Bilíngue, há uma carga horária maior, exposição maior à língua e turmas menores. A abordagem natural (Natural Approach) visa à aquisição do idioma de forma espontânea.

Utilizamos a metodologia do Systemic Bilingual, que tem como objetivo a aquisição da língua por meio de conteúdos.

No PEB, não dividimos as turmas por grau de conhecimento, e sim por idade, porque trabalhamos conteúdos. Em Matemática, quando trabalhamos frações, fazemos pizza no cooking classes, e o professor está falando em inglês e fazendo as intervenções sempre que o aluno falar português.

Para isso é preciso uma exposição maior ao idioma, são 6 horas semanais no curso presencial. Os resultados foram muito positivos, os pais vendo os filhos falando inglês em casa naturalmente.

Pioneiro – Este ano, a escola começou o High School. Qual a diferença para as outras aulas de inglês?
Selma –
O Pioneiro High School é realizado em parceria com uma escola americana, a ASI Advantages School International. Nossos alunos fazem as disciplinas específicas do High School americano, English (9th, 10th, 11th, 12th), US History e US Government and Politics. O aluno que faz o English 9th, está estudando o que o aluno americano estuda de literatura nos Estados Unidos. Eles têm short stories, poetry, drama etc, com análises exatamente como são feitas nas aulas de literatura nas escolas americanas, com estilos de narrativas e produção de texto e leituras de textos originais. Eles são submetidos às avaliações por meio de quizzes, práticas orais e de escrita. Muita leitura e escrita.

São poucos alunos por sala e a atenção é totalmente individualizada.

O High School não parou na quarentena. Os americanos têm muita experiência em homeschooling. Nós recebemos o planejamento da ASI e é necessário que o aluno tenha autonomia e responsabilidade para cumprir os deadlines. Os professores auxiliam nas entregas, orientam o que precisa ser feito, corrigem, dão feedback. Todas as atividades têm as rubricas para a autoavaliação do aluno e a avaliação do professor. Tudo muito organizado, muito controlado, e somos auditados semanalmente. É bastante trabalhoso, mas nossos alunos têm obtido ótimos resultados. Estamos muito orgulhosos deles.

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