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Entrevista: Coordenador do Fundamental II e Médio fala sobre adaptação de aulas virtuais e vestibulares

13 de abril de 2020
Álvaro Vieira Neto é coordenador dos Ensinos Fundamental II e Médio

Convidamos o coordenador dos Ensinos Fundamental II e Médio, Álvaro Vieira Neto, para responder algumas perguntas sobre as aulas virtuais do Centro Educacional Pioneiro para esses segmentos nesse novo cenário de distanciamento social pelo qual estamos passando.

Ele falou sobre sobre preparação para os vestibulares, conteúdo trabalhado e alteração no currículo, entre outras dúvidas de alunos e famílias.

Pioneiro – Como a escola está garantindo o conteúdo pedagógico com qualidade nesse período de quarentena?
Álvaro Vieira Neto – O Centro Educacional Pioneiro estava se preparando para utilizar a Plataforma Moodle a partir de abril de 2020, para complementar o trabalho presencial. Com a pandemia, tivemos que antecipar. É inegável que tenha causado alguma insegurança, tanto no corpo docente quanto nos alunos e familiares. Portanto, necessitava de um período de adaptação e ajustes necessários para o bom uso do recurso.

Com isso, optamos por iniciar com revisões e aprofundamento dos conteúdos que foram trabalhados em sala de aula. Transcorridos esses momentos iniciais, os professores iniciaram conteúdos novos e a tendência é que continuemos assim até que possamos retornar à rotina na escola.

Para assegurar a qualidade, o trabalho foi organizado considerando uma diversidade de atividades, tendo por objetivo estimular o desenvolvimento do maior número de habilidades possíveis e tornar a rotina mais dinâmica e menos cansativa. Dentro das estratégias de aprendizagem, estamos oferecendo: encontros ao vivo pelo Hangouts Meet; aulas autorais filmadas e disponíveis no Youtube; podcasts autorais; fichas; exercícios do livro; pesquisas; análise de filmes e textos; obras literárias (leitura e seminários); produção literária e artística; exercícios físicos; tarefas que devem ser devolvidas pelo Moodle; tarefas de caderno; atividades que devem ser entregues pelo Drive; e qualquer outra estratégia que aprimore esse momento. As atividades são adequadas às faixas etárias.

Como é trabalhado o lado emocional do aluno?
Álvaro – É necessário e importante considerarmos esse aspecto. Percebemos muito claramente essa necessidade logo que começamos com as videoconferências. Eles demonstraram uma necessidade de serem simplesmente ouvidos. Foram acolhidos pela equipe.

Houve alguma alteração (inclusão ou exclusão) de conteúdo no currículo, por conta dessa nova realidade?
Álvaro –
Esse é outro tema amplamente debatido pelas escolas e fica muito explicito na BNCC – Base Nacional Comum Curricular –, que propõe um ensino pautado pelas Competências Gerais e Específicas e nas Habilidades. Os conteúdos não foram e nem serão desprezados, ainda são muito importantes. Todavia, dividem espaço com outras competências, a saber:

  1. Conhecimento;
  2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo;
  3. Repertório Cultural;
  4. Comunicação;
  5. Cultura Digital;
  6. Trabalho e Projeto de Vida;
  7. Argumentação;
  8. Autoconhecimento e Autocuidado;
  9. Empatia e Cooperação;
  10. Responsabilidade e Cidadania.

Veja, todo planejamento foi (e está sendo) repensado para adequar-se a essas demandas e necessidades do ensino. Mesmo trabalhando remotamente, a escola precisa observar tais aspectos.

As aulas virtuais permitem trabalhar outras habilidades e competências dos alunos?
Álvaro – Sem dúvidas. Os diversos aspectos da Comunicação estão sendo trabalhados, a Cultura Digital na essência do trabalho. Eles estão percebendo que o universo digital vai muito além das redes sociais e jogos. Autoconhecimento, empatia, responsabilidade e cidadania estão muito presentes.

Poderia fazer um balanço dessas primeiras semanas? Comentar o feedback de professores e alunos.
Álvaro – Recebemos muitos feedbacks de alunos e também das famílias. Muitos elogios pelo trabalho, reconhecimento, mensagens de apoio, vídeos belíssimos. Mas também recebemos críticas diversas. Veja: as percepções das pessoas são muito diferentes, portanto precisamos entender e acolher todas as manifestações. O que não podemos perder é o senso de responsabilidade e lembrar a cada momento da nossa missão enquanto escola. Passadas as primeiras semanas, já identificamos diversas oportunidades de melhoria no trabalho remoto que estamos oferecendo, e elas serão percebidas pela comunidade.

Você acha que essa situação (quarentena, pandemia etc) comprometerá os vestibulares e o Enem? E os alunos, estarão preparados?
Álvaro – Estamos passando por um momento no qual todos os estudantes do Brasil foram afetados de alguma forma. Uma rotina foi quebrada. Uma realidade foi alterada. Até esse momento, não percebi nenhum movimento que sinaliza para mudança nos vestibulares. O Enem, por exemplo, já divulgou o Edital. Eu espero que haja bom senso e que as datas sejam ao menos prorrogadas. E que esse processo seletivo ocorra entre janeiro e fevereiro. Mas como disse, ainda não vi nada oficial nesse sentido.

Nossos alunos têm uma carga horária muito superior à exigida e proposta pelo MEC. No Ensino Médio é ainda maior. Portanto, ao longo dos 3 anos desse segmento, eles recebem uma formação que os deixam em plenas condições de encarar essa verdadeira maratona de vestibulares. Isso é evidenciado pelos resultados recentes. É importante ressaltar que a preparação se dá ao longo de toda a Educação Básica.

Vale aqui lembrarmos, por exemplo, que os simulados se iniciam no 5º ano do Ensino Fundamental 1. No final do Ensino Médio, essa preparação se torna mais intensa. Portanto, sim, eles estarão preparados. Inclusive receberão, em breve, as informações sobre os Simulados que farão, também remotamente, em abril e maio.

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