A roda é um momento importante na prática pedagógica da Educação Infantil e do 1º ano. São gêneros literários diversificados para que a criança tenha acesso e conhecimento de todos os tipos de textos existentes e que isso faça parte do contexto social dela. Lemos contos, fábulas, textos jornalísticos, informativos, entre outros.
Quis aproveitar esse instante para transformá-lo ainda mais. Colocando na roda algo que já faz parte do contexto social deles. Só não imaginava que repercutiria da forma tão intensa como foi.
No momento da roda do dia 8 de abril apresentei às crianças uma caixa batizada de “caixa mágica”. Coloquei dentro dela um tablet e comecei a fazer questionamentos sobre o que tinha na caixa. Dei dicas como “é algo que vocês usam”, “serve para pesquisar”, “é um eletrônico”. Logo eles adivinharam que era o tablet, pois muitos já tinham esse aparelho em casa.
Eles ficaram maravilhados e perguntaram se a aula seria de “joguinho”. A partir daí montamos um cartaz com o que já fazemos e com o que também poderíamos fazer com o tablet. Eles citaram que usam o tablet para jogar, ouvir música, desenhar, fazer pesquisas, aprender Matemática, assistir TV, tirar fotos e filmar. Também disseram que podemos usá-lo para ler jornal, aprender coisas, ver o corpo humano, assistir a um vídeo, mandar e-mail, enviar fotos e fazer compras.
Assim explicamos que o tablet não serviria apenas para jogar, mas para fazer muitas outras coisas. Surgiram várias respostas, mais até do que eu imaginava. Muitos exemplificaram o que os próprios pais já faziam com o aparelho, mostrando para mim como eles já tinham domínio do eletrônico.
Também discutimos sobre as formas de usar um aparelho eletrônico e os cuidados que devemos ter. Cada criança fez um desenho na cartolina de um cuidado, como por exemplo, não deixar cair ou não derrubar água. Esses cartazes ficaram na sala para apreciação e lembrança dos alunos.
Após essa conversa, foi dado um tablet para cada criança e dito para que eles explorassem o aparelho. Qual não foi minha surpresa ao ver que todos já sabiam ligar e usar o tablet. Muitos ensinavam entre si como entrar nos aplicativos ou voltar para a tela inicial. Fiquei por um tempo como espectadora, apenas observando o quão familiarizados eles estavam.
Em seguida, em roda, fizemos no tablet a leitura do conto Branca de Neve. As crianças passavam o dedo pela tela, viravam as páginas e ouviam de um narrador a história. Mais uma descoberta do que podemos fazer com o tablet. Apesar de conhecer a história, eles queriam ver como a história terminaria e acharam “o máximo” usarem o tablet para esse momento e com esse objetivo.
Perguntei o que eles acharam daquela dinâmica e as respostas foram: “eu amei, nunca usei o tablet sozinho”, “eu sei cuidar do tablet”, “vamos fazer aula assim todos os dias”, “não sabia que dava para ouvir história”,” vou pedir para minha mãe contar assim também”.
Essa foi a primeira de muitas aulas que faremos com um material tecnológico tão rico e que tanto encanta as crianças, trazendo uma construção tão significativa de conhecimento.
Valeu à pena fazer diferente e voar fora da asa.
Professora Lívia de Carvalho David – 1º E