Você sabe quem sou eu?

5 de junho de 2018

Este é o terceiro relato autoral de professores do Pioneiro que encararam o desafio de embarcar em uma máquina do tempo e abrir as memórias de como eram suas vidas quando tinham a idade dos alunos para os quais dão aula hoje. Nessa viagem ao passado, tiveram de recorrer aos pais, aos registros dos amigos e até aos antigos álbuns de fotos, na tentativa de resgatar as memórias. Eles se divertiram e se emocionaram – e agora dividem com a gente um pouco dos momentos que ajudaram a formar quem eles são hoje. A seguir, o relato da professora de inglês Lucimary Grandisoli, para a série “Como eu era quando eu tinha a sua idade…”

Meu nome é Luci, tenho 15 anos e geralmente acordo com o cabelo horrível. Escovo meus dentes apressada, passo um batonzinho discreto e saio de casa bem cedo para a escola. Como? Sempre igual: camiseta branca, meia que vai até o joelho e saia de pregas que vai até o joelho também. Que brega!

Sou boa aluna, mas não faço o estilo CDF. Quando posso escolher meu lugar, prefiro sentar no fundo da sala. Mas tenho que prestar atenção. O tempo fecha se chego com notas vermelhas em casa… Meus pais não entendem que toda a facilidade que tenho para memorizar uma música do Led Zeppelin me falta para calcular os ângulos de um sólido geométrico. Eu choro. Geometria é meu carma.

Minha mãe não sabe (ainda bem!), nem meu pai (senão eu estaria mortinha!), mas eu fiquei com o Rogério um dia desses. Eu era louca por ele e tal. Mas depois que a gente se beijou, perdeu totalmente a graça. Agora prefiro ficar sonhando com o Robert Plant, colado na porta do meu armário, ou com o Oswaldo Montenegro, colado na outra porta. 

Três segredos sobre mim… Vamos lá, antes que eu me arrependa…O primeiro: já colei e já passei cola, sem mais detalhes. O segundo: cabulei aula e passei a manhã em uma lanchonete com a galera. Acontece que a escola ficou meio vazia e a diretora ligou pros meus pais. Dessa vez me dei muuuuito mal. Terceiro segredo, na verdade, uma confissão: logo que saio do carro e meu pai dobra a esquina, eu dou umas duas enroladas no cós da saia pra ela ficar um pouco mais curtinha. Não que melhore muito, mas fica menos feia.  

Ah, falando no meu pai, de vez em nunca ele me deixa ir na matinê. É sempre o dia mais feliz da minha vida!!!! Visto minha calça Fiorucci, meias listradas com sandália – inspirada na novela Dancing Days – e me jogo na pista de dança ao som de Private Idaho, do B-52. Não sei dançar muito bem, mas isso é o que menos importa.

Lucimary Grandisoli (acima, no centro, de cachecol) trabalha no Pioneiro há oito anos como professora de inglês do Ensino Fundamental II e Médio.

 

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