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Os desafios de repensar a aprendizagem: experiência e resiliência na pandemia

13 de maio de 2020

Por Iara Rosa, professora de Geografia dos Ensinos Fundamental II e Médio

Como professora de Geografia e aluna de doutorado da Faculdade de Educação da USP que estuda a aprendizagem, essa mudança repentina desde a suspensão das aulas causou muita incerteza sobre como seria nossa prática de ensino. Mas é exatamente essa sensação de incerteza que pode nos proporcionar avanços.

O Centro Educacional Pioneiro já possui uma estrutura e equipe de profissionais do ensino fortemente ligados à incorporação cotidiana da tecnologia na sala de aula, incluindo cursos de capacitação e apoio constante para as demandas específicas dos professores. Essa base estrutural e humana foi fundamental para que eu me sentisse segura e pudesse pensar nas minhas aulas que teriam que, obrigatoriamente, ser à distância.  

“Essa é uma experiência histórica única e particular que tem nos permitido (…) muita resiliência em nossas práticas de ensino.”

Nós não escolhemos esse momento, mas nós tivemos que experienciar uma situação de pandemia para criar novas práticas didáticas, assim como os alunos também não escolheram participar das aulas nas suas casas com a experiência de aprender remotamente. Portanto, essa é uma experiência histórica única e particular que tem nos permitido mais do que uma transposição de uma aula presencial para uma aula à distância, mas muita resiliência em nossas práticas de ensino. 

Por conta do avanço global da pandemia, começaram a ficar mais evidentes diversas plataformas com mapas e informações em tempo real dos casos confirmados e número de óbitos numa velocidade inimaginável antes. Estamos em isolamento social nas nossas casas por determinações baseadas na experiência histórica da ciência e dos profissionais de saúde pública que até o momento recomendam o distanciamento social como a melhor maneira de conter o avanço do novo coronavírus.

Todos nós tivemos que mudar drasticamente nossas rotinas e, por mais que ainda seja difícil, não devemos ficar tristes, mas sim aproveitar essa experiência e vivenciá-la da melhor maneira possível. No começo assisti a todos os filmes e séries sobre pandemias, assisti a entrevistas com especialistas, peguei meus livros de epidemiologia da época do mestrado e comecei a fazer os cálculos de letalidade de uma doença. Além disso, tenho pensado e reestruturado minhas aulas de Geografia e estou, todos os dias, dedicando-me muitas horas a pensar em práticas de ensino para que meus alunos aprendam melhor nessa pandemia e depois dela. 

“O compartilhamento de práticas e a busca de melhores maneiras de ensinar aumentaram.”

O sentimento compartilhado entre amigos, colegas de trabalho e alunos toda semana é de muita incerteza, pois nós até então não tínhamos experiência nesse tipo de situação. Mas o compartilhamento de práticas e a busca de melhores maneiras de ensinar aumentaram. As nossas incertezas e incômodos têm permitido um maior compartilhamento das nossas práticas, além de nos adaptarmos e sairmos da nossa zona de conforto: Isso tudo é a aprendizagem. 

Para encerrar, eu termino com uma frase do educador e filósofo americano Willian Arthur Ward (1921-1994):

O professor medíocre conta
O bom professor explica
O professor superior demonstra
O grande professor inspira

Que a pandemia do novo coronavírus seja nossa grande fonte de inspiração para sermos professores melhores e inspirar nossos alunos no presente e no futuro.

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